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18/03/2021
10:59
COVID-19: COM FILA DE ESPERA POR UTI, MÉDICOS DE SC APLICAM PROTOCOLO E ESCOLHEM PACIENTES QUE TERÃO LEITOS

Diante do colapso na saúde em Santa Catarina e da fila de espera de pacientes por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), médicos têm vivido um dilema: escolher quem será entubado em leito de UTI. Desde fevereiro eles estão usando o Protocolo de alocação de recursos escassos durante a pandemia de Covid-19, que estabelece critérios que ajudam os profissionais a identificar o paciente que tem mais chance de sobreviver.

Quanto mais frágil é uma pessoa, menos ela vai ser capaz de tolerar, não só a doença grave, como os tratamentos agressivos que muitas vezes são necessários para tentar salvá-la. Se a gente quer salvar o maior numero de vidas, precisa saber identificar quais são os pacientes que têm mais chance de sobreviver, explica a médica intensivista Lara Kretzer.

Ela é uma das autoras deste protocolo, pronto há quase um ano, mas que entrou em prática no mês passado, quando começaram a faltar UTIs. Desde então, a lista de espera só aumenta e tem, agora, mais de 450 pacientes. Santa Catarina ultrapassou na quarta (17) a marca de 9 mil mortes por Covid e 746,6 mil diagnosticados com a doença.

Os critérios para escolha de quem terá leito seguem orientações da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. A Secretaria de Saúde do Estado (SES) de Santa Catarina recomenda o uso do documento.

Segundo Lara, este protocolo é uma forma de os profissionais tentarem agir de forma mais justa e sem precisar decidir sozinho.

A gente precisa proteger os profissionais da linha de frente de terem que fazer sozinhos esse tipo de decisão, porque não é justo. Já está uma carga enorme de trabalho e ainda ter que carregar o peso desse tipo de decisão de maneira individual é tudo que a gente não quer. É muito importante tirar o peso moral, ético, jurídico e emocional dos ombros dos profissionais, afirma.

O documento foi elaborado por profissionais catarinense, é assinado por diferentes sociedades médicas e levou em conta resoluções do Conselho Federal de Medicina, decisões judiciais, código de ética e até a Constituição Federal.

 

Os pacientes recebem uma pontuação considerando três critérios:

1.  número de órgãos comprometidos

2.  se tem doenças crônicas avançadas e

3.  a funcionalidade, ou seja, se o paciente tem boa condição física e motora

Em uma situação hipotética com dois pacientes com insuficiência respiratória grave, um de 60 anos, com pressão alta controlada e vida ativa, e outro de 50 anos, com câncer avançado que passa a maior parte do tempo sentado ou deitado, o segundo receberia mais pontos que o primeiro. Assim, o paciente de 60 anos teria a vaga, pois quanto menor a pontuação, maior a prioridade na fila.

 

Do G1 SC

Foto: NSC TV/Reprodução

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