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Palma Sola
24/05/2022
17:48
Pescador passa 35 dias preso por engano em SC:

Um homem relatou o drama vivido após passar 35 dias preso por engano em Santa Catarina. Ele conta que tudo começou em uma manhã de domingo, em 2017, quando saiu de casa para ir ao mercado. No trajeto, acabou abordado pela polícia e foi preso por engano em Navegantes, no Litoral Norte. Cinco anos depois, ele espera pela indenização do Estado.

A pessoa procurada pela Justiça tinha o mesmo nome do pescador, mas mães diferentes. A informação passou despercebida durante a consulta no sistema, e a partir dali foram 11 dias na prisão, e outros 24 disputando espaço numa cela com o dobro de pessoas em relação à capacidade.

No fim de 2021, a Justiça condenou o governo do Estado a pagar R$ 30 mil ao homem. A decisão cabe recurso e ainda tramita no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). De acordo com a

Procuradoria-Geral do Estado (PGE), não se questiona o mérito da ação judicial, mas os valores e critérios de atualização destes.

Segundo a vítima, que é pescador e teve a identidade preservada, da abordagem ele foi direto para a cadeia. "Tiraram minha dignidade de homem, de pai", desabafa.
"Eu dormi em cima do vaso sanitário, humilhado. Depois, debaixo de uma pia, no corredor até arrumar uma cama. Entrei em desespero, tive depressão", recorda.

Ele conta que durante a abordagem, policiais militares pediram os documentos dele. Como não tinha em mãos, o pescador passou nome completo, data de nascimento e as informações sobre os pais. Ao consultarem o sistema, os policiais viram uma ordem de prisão que estava em aberto com o mesmo nome dele por assassinato e roubo. Em segundos, ele foi algemado. Depois, agentes foram até a casa dele.

"Eu expliquei que trabalhei três anos para a Polícia Militar como cozinheiro, que fiz curso na Marinha, mostrei meus diplomas de pescador, duas carteiras de trabalho cheias, mas eles me algemaram, botaram na viatura e levaram direto para Canhanduba", relata.

Vergonha

O homem chegou em Santa Catarina há nove anos. Era visto como alguém dedicado e responsável na empresa de pescados onde trabalhava, tanto que o dono do negócio ofereceu uma quitinete para o funcionário morar sem cobrar nada.

Ao saber que o colaborador tinha sido preso, o empresário mandou tirar as coisas dele do imóvel. Mais tarde, quando o mal-entendido foi esclarecido, ele voltou a trabalhar no mesmo local, mas conta que olhares e piadas quanto à inocência dele se tornaram um fardo pesado demais para carregar, mesmo com a consciência limpa.

"O pessoal me olhava de outra forma, aí procurei sair de Santa Catarina. Peguei minha família e vim embora para o Mato Grasso, estou aqui no garimpo trabalhando. Às vezes vou aí na casa da minha mãe, mas não fico muito porque as pessoas julgam", lamenta.

Quando foi para a prisão, ele conta que os pais dele venderam tudo o que tinham em Belém do Pará, cidade natal da família, e vieram para o Sul. Caçula de oito filhos, o hoje garimpeiro conta que nunca imaginou ter que ver a mãe na porta da cadeia.

Indenização

No entendimento do juiz Rafael Espindola Berndt, que analisou o caso, a prisão poderia ter sido evitada se os agentes tivessem feito uma consulta mais elaborada no sistema, como mostra o texto da sentença.

"A gravidade da ofensa é expressiva, pois a conduta praticada foi indevida. A extensão do dano também é bastante razoável, dado as inegáveis mazelas atinentes à segregação a qual foi exposto o autor", escreveu.

Fonte: PortalSMO /  G1

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